sábado, novembro 04, 2006

«Quase» iguais


Naquele dia, o João levantou-se cedo. Era o primeiro dia de aulas! Tomou banho, vestiu-se, tomou o pequeno-almoço e saiu a correr para apanhar o autocarro. Quando chegou à escola juntou-se aos colegas que não via desde Junho. Quando o professor entrou, apresentou um colega novo. Chamava-se Joanólio da Silva Malvada Feio. O João ficou de boca aberta! Ela também se chamava assim, mas não dizia aos colegas para que não gozassem com ele. Todos pensavam que ele se chamava João Feio. Quando chegou ao intervalo, aproximou-se do rapaz novo para falar com ele. E antes mesmo de dizer alguma coisa, o colega disse-lhe: «Eu nasci a 2 de Novembro de 1990. E tu? No mesmo dia, não foi? Eu sei.»
O João ficou passado! Era verdade! Ele continou a falar: «Há alguns anos, uma vidente disse-me que, algures, eu tinha um gémeo de outra vida. Temos o mesmo nome e pensamos da mesma forma. Até temos um corpo igual: os mesmos sinais. Somos iguais».
O João não queria acreditar, mas já estava a ficar mal-disposto: «Mas qual é a tua? Estás a gozar comigo?». O colega novo não lhe ligou nenhuma e continuou a falar: «A vidente também me disse que, neste mundo, só há lugar para um. O João respondeu: «Não somos iguais. É impossível. Para além disso eu tenho uma tatuagem de uma espada no braço direito e tu não». O rapaz olhou-o fixamente e disse: «Tens razão... eu tenho-a no braço esquerdo, o braço do poder. Tatuei uma espada como a tua, para atacar, mas também um escudo para me defender.» No dia seguinte, o João não apareceu na escola... Mas o Joanólio não faltou.

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