quinta-feira, janeiro 18, 2007

Cabine fotográfica mortal

Já era a quarta vez naquele ano que o Rafa perdia o B.I. e a mãe tinha-lhe dado uma bronca daquelas! «Então, ou vais renová-lo hoje mesmo ou não vais de férias!». «Que exagerada!», pensou o Rafa. Bem, a primeira coisa de que precisava era de duas fotografias tipo passe para entregar no Registo Civil. Por isso, foi até à estação de metro ao lado de sua casa, onde sabia que existia uma cabine fotográfica. Na verdade, não gostava nada daquelas máquinas: ficavas sempre tão mal e com uma cara tão estranha! Mas enfim, já sabia as instruções de cor! Primeiro, lutar com a cortina para a conseguir fechar, depois inserir o dinheiro, ver-se ao espelho para ver se estava bem centrado e ajustar o banco. Preparado? «Não se mexa por favor, vamos tirar-lhe a foto. Três, dois, um... Cliiiic!». Cinco minutos depois, um desconhecido recolhia as fotos que o Rafa tinha tirado. Nelas aparecia o rapaz com cara de espanto e, atrás dele, um homem vestido de preto empunhava uma faca na direcção do pescoço do jovem. Do Rafa ainda não se sabe nada. Do desconhecido também não. Guardou as fotos no bolso e saiu para a rua tranquilamente...

Etiquetas: , , , ,

domingo, janeiro 14, 2007

«Mail» importuno


A Rita estava com muita pressa. Tinha combinado ir ao cinema com o namorado, mas primeiro tinha de imprimir o trabalho de literatura que teria de entregar no dia seguinte. Ligou o computador e entrou na caixa de de correio para dar uma vista de olhos aos «mails» enquanto imprimia o trabalho, mas para variar, a impressora não respondia. Sempre a mesma coisa! Desligou-a, voltou a ligá-la e começou de novo. «Vamos ver se tenho mais sorte!», disse. Ficou surpreendida ao encontrar uma mensagem de «Spam» na sua caixa de entrada, pois tinha um filtro muito eficaz e nunca tinha tido problemas com vírus. Quando estava prestes a apagá-lo, pareceu-lhe reconhecer o nome da pessoa que lho tinha enviado. «John Silver? Este não era o profe de Inglês do ano passado?». Hesitou por uns instantes, mas acabou por decidir abri-lo, pois podia ser algo importante. Precisamente na altura em que abria a mensagem, a impressora começou a funcionar. «Boa! Finalmente vou poder imprimir o trabalho!», pensou. Com tudo isto, o «mail» do profe nunca mais abria por completo e apenas conseguia ver o início que dizia algo do género: «Querida amiga, não vais gostar disto, mas...» A Rita não podia esperar mais, apagou a mensagem tipo corrente, daquelas que ela detestava, e encerrou a sessão. Desligou o computador e pegou no trabalho impresso. O que encontrou não foi o seu trabalho de literatura, mas sim três fotos, todas seguidas, do seu namorado aos beijos a outra rapariga!!! A Rita não queria acreditar no que estava a ver. Enfiou as fotos no bolso e saiu disparada à procura do namorado. «Ele vai ver no que dá andar aos beijos a outra!».

Etiquetas:

SMS trocados...


A Natália já andava chateada há uns dias. Todas as manhãs encontrava o telemóvel cheio de SMS de um desconhecido. No primeiro dia imaginou conhecê-lo, pois pensou que tinha um admirador secreto, mas passou-se quando começou a ler mensagens: «Sabes perfeita/k a culpa é tua e vais pagar-nos!», «N te escondas, sabemos td sobre ti!», até havia uma fota onde alguém encapuçado empunhava uma faca! Decidiu não dar muita importância. Quem quer que fosse o remetente, ela nunca se tinha metido em problemas! Na escola mostrou as mensagens às amigas e depois apagou-as todas. «Não apagues, são uma prova para a polícia!», disse-lhe a Sara.

«Qual polícia!», pensou a Natália, e fez as amigas prometerem que não contariam nada a niguém. O problema é que todas as manhãs acontecia a mesma coisa e as mensagens eram cada vez piores. Começou a ter medo. Pensou em contactá-los, mas não sabia como. Na escola começou a olhar para toda a gente com receio e foi perdendo amigas porque andava super nervosa e chateava-se com toda a gente. «Tens de contar à polícia, aos teus pais!», dizia a Sara. Mas os pais jamais compreenderiam. Acabou por conseguir poupar algum dinheiro e comprar um cartão novo para o telemóvel. «Se mudar de número, acabam-se os problemas!». Natália tinha a certeza disso e ficou feliz por ter encontrado a solução. Decidiu não dar o número novo a ninguém, até que as coisas acalmassem. Finalmente podia dormir descansada! Na manhã seguinte, quando olhou para o telemóvel, viu horrorizada que voltava a ter a memória cheia. «Deixem-me em paz! Estou farta!».

Etiquetas: ,